Um dia de delicadezas

Tive uma reunião no SEBRAE (Centro/RJ) e, na saída, parei pra beber água. Bem, havia uma corredor onde se encontravam um bebedouro e, no final dele, um segurança  de terno, todo sério... o padrão que encontramos na maioria dos lugares. Mas a diferença do segurança, se chama Ademir, estava no bebedouro: quando peguei a água, notei que havia um pássaro de papel ( a turma que faz origami tem mais intimidade com esse bichinho, que se chama tsuru). 

Eu fiquei encantada, peguei-o na mão e comentei com o segurança ,que havia achado lindo. Na mesma hora, vi o quão ridícula era a cena e pensei: caraca! O que esse segurança vai pensar? 

Foi, então, que fui surpreendida e o Ademir sugeriu que eu levasse o tsuru. Então, argumentei que não poderia fazê-lo, pois alguém havia esquecido o "bichinho"ali. Aí, venho a explicação: ele disse que eu poderia levá-lo, pois era ele quem fazia os pássaros e sempre deixava sobre o bebedouro para que todo dia, alguém se encantasse com ele... Quase chorei de emoção!

Enfim, por que um segurança todo sério não pode ser apaixonado por origami e sensível pra emocionar a gente?

Bem, dias depois, voltei para dar-lhe uma folha de papel semente. Assim, as pessoas seriam emocionadas e ainda plantariam uma delicadeza. Não é lindo??

 Nesse mesmo dia, voltando pra casa, fui parada por um menino que estava com vários pedaços de papel na mão. Achei que fosse alguma rifa de escola, pra alguma festa... enfim. Na verdade, ele pedia que eu também assistisse à sua novela, que era boa e não falava de violência.

Pra mim, na verdade, o que ficou foi o esforço dele de lutar em alguma coisa que ele acredita e isso, realmente, não tem preço.

Nossa! Esse dia foi lindo!